segunda-feira, 25 de junho de 2018

Relatoria - Assembleia Eleições - 18.06.2018

Relatoria da reunião ABD/APECI do dia 18 de junho de 2018, no edifício Pernambuco – Av. Dantas Barreto, n 324, Recife-PE.   




Neco começou relembrando a história da ABD e da última gestão. Explica como se deu a organização da última gestão da ABD.   

Juliana Lima fala sobre a última gestão da ABD, sobre como funcionou os Gts para realização das ações que a ABD se propôs. Fala sobre a atuação da ABD na inclusão das políticas afirmativas no Edital de Cultura, o Funcultura. Fala especificamente de como está a inclusão da população negra nesses editais e como ainda apesar dos avanços das políticas de inclusão, o Funcultura ainda é elitista.  

Neco fala sobre o processo de digitalização da documentação da ABD.   

Anna fala sobre o calendário de reunião da gestão passada.   

Carol Vergolino fala sobre a sua cadeira no conselho de cultura através da ABD.   

Neco fala sobre a renovação do estatuto da ABD, que trouxe avanços que podem por exemplo fazer com que pessoas que moram fora da capital possam colaborar com a ABD.   

Juliana Lima fala sobre o problema da ABD de contemplar ainda uma parte elitizada do audiovisual e não uma verdadeira renovação da gestão.   

Pedro Severien fala sobre abrir uma discussão para rever o processo de votação da próxima chapa.   

Anna fala sobre o processo da formação da chapa das eleições.   

Sobel fala sobre a importância da renovação para a democratização da ABD.   

Carol fala sobre a possibilidade de seu nome na chapa ser modificado para poder dar acesso a outras pessoas que estejam interessadas em integrar a nova gestão da ABD.   

Marco Bonachela fala sobre o momento em que a cultura está passando no país, e a importância de um fortalecimento dos grupos que fazem parte da construção de políticas públicas em Pernambuco. 
Como esse contexto fez com que Marco quisesse entrar na gestão que vem aí.   

Gil fala sobre como vê a ABD, não vê como uma bolha.   

Cintia Lima fala sobre a importância de pessoas negras estarem presentes e que a discussão e o dissenso é relevante no processo.   

Mariana fala como foi seu processo quando foi presidente. Como antes era difícil armar uma gestão e como agora existem muitas pessoas querendo fazer parte da ABD. Fala da relevância dos conselhos civis pra gestão da cultura do estado, focando na comunicação pública.   

Pedro Severien fala sobre a função da ABD, sobre o formato ultrapassado que ainda tem a instituição. Em vários momentos se postulou a pergunta se vale a pena manter a ABD. Fala sobre os espaços que a ABD ocupa. Pedro fala sobre a responsabilidade de fazer parte da gestão da ABD. Fala como ocorreu a última reunião pra se chegar a essa proposta de votação e reunião.   

Bruna Leite fala sobre seu papel da atuação do MAPE e como ABD é um importante veículo de atuação política. Fala sobre o momento político em que o Brasil está passando.   

Anna fala como vê a ABD. A responsabilidade de fazer parte da  ABD. De ser mais plural a luta.   

Juliana fala sobre o seu papel na ABD, como entrou na gestão anterior e como sofre resistência por parte do grupo que faz parte da ABD.   

Carla Francine fala sobre a importância da união do grupo da ABD para fazer frente ao desmonte que está ocorrendo com as políticas públicas no Brasil.   

Enzo fala sobre a necessidade de representar os animadores na associação, por isso colocação do seu nome na chapa.   

Cecília fala sobre a representatividade das pessoas na chapa da ABD.   

Anna explica como é a organização atual da gestão da ABD.   

Felipe Peres fala como se deu a última eleição e como houve uma avanço na composição mais democrática dos membros da ABD e da chapa. Felipe dá uma geral no funcionamento das Tvs Púlicas em Pernmabuco, TVU e Tv Pernambuco. Fala sobre a digitalização da Tv Pernambuco e a virada digital que a Tv Pernambuco irá fazer.   

Neco abre para que as pessoas falem porque querem estar no grupo que fará a gestão da ABD na próxima gestão.  
- Bia fala sobre porque quer fazer parte da chapa gestora, para representar sua atuação como realizadora de audiovisual experimental.   
- Cintia Lima fala sobre por que entrar na ABD.   
- Tiago faz uma crítica a ABD, que não chega em outros lugares que possa ampliar o acesso das pessoas à associação.   
- Marco fala que seria importante as pessoas que tivessem há mais tempo fazer parte da diretoria.   
Todos falam sobre suas vontades de entrar na gestão da ABD e seu papel político.   

Votada a chapa e por unanimidade eleita a nova gestão da ABD/APECI  
Diretoria colegiada formada por (em ordem alfabética): Anna Andrade, Beatriz Soares, Bruna Leite, Carol Vergolino, Cecília da Fonte, Cíntia Lima, David Sobel, Enzo Giaquinto, Justino Passos, Manoele Scortegagna, Marco Bonachela, Marcelo Pedroso, Neco Tabosa, Pedro Andrade, Priscila Urpia, Thiago das Mercês.

Relatoria Assembléia Geral - 14.06.2018

Relatoria da reunião do dia 14/06/2018 

Local: 6o. Andar do Edf. Pernambuco 
Horário: 19h-22h 

Presentes: Neco Tabosa, Carla Francine, Juliana Lima, Anna Andrade, Pedro Severien, Tammy, Pedro Andrade, Marcelo Pedroso, Bruna Leite, David Soubel, Cecília da Fonte, Nath Gomes, Ernesto de Carvalho, Bia Rodrigues, Thiago Merces, Mariana Souza, Rafael,Manuele Scortege, Marco Bonachela, Enzo Giaquinto,  Tonho de Lira,  



Primeira parte: Apresentação da ABD 
Exibição dos curtas-metragens: “Liberté, Égalité, Robeyoncé” e “Golpistas passarão, nós passarinho”, realizados durante o Primeiro de Maio – Audiovisual de PE contra o Golpe, em 2016.  

Breve histórico da entidade, cuja primeira presidenta foi Katia Mesel. Vem funcionando através de grupos de trabalho. Juliana Lima explica que antes só havia um edital em PE, que era o Ary Severo/Firmo Neto, e que a criação de grupo de trabalho permitiu que o Funcultura fosse desmembrando, criando um edital exclusivo para o audiovisual, que tem demandas próprias. Na época, a gestora era Carla Francine, com quem tínhamos um diálogo muito produtivo, e o edital foi uma conquista fruto de muita luta. O governador Eduardo Campos chegou a fazer um jantar reunindo cineastas convidados, passando por cima da construção coletiva, mas a categoria voltou a se organizar e conseguiu criar uma lei que garante o edital do audiovisual. O conselho consultivo é formado por sociedade civil e representantes do governo, stic, ufpe etc. é através dele que conseguimos modificar o edital. Tem o conselho de cultura também, com membros permanentes, dentro do qual conseguimos incluir representes do audiovisual. Hoje é Carol Vergolino que inclusive não estava presente para comparecer numa eleição do conselho. Juliana destaca que a conferencia estadual de cultura é definida lá e que nossa presença, com Estela, Cinthia e Anna, conseguiu formar gts para definir por exemplo as políticas afirmativas, a democratização do acesso ao edital. Anna explica que no ano retrasado foram criados quatro gts, um deles prestação de contas, outro de cotas e outro, de acessibilidade e de cinema de rua. Foram criados formulários para fazer escuta e apresentar os resultados. A partir disso conseguimos criar as cotas. Em breve vai sair uma portaria com várias modificações na prestação de contas em função dos resultados desse trabalho. Segundo Juliana Lima, não havia sequer jurisprudência para as ações afirmativas, daí a importância do trabalho dos gts. No primeiro ano, conseguimos um sistema de pontuação porque a concentração da verba continuava centrada em alguns realizadores. Depois a reserva de vagas de 20% para a população negra. E também para a composição das comissões. O edital se tornou uma referência para todo o país com isso, e não só pelos recursos. Outros editais começaram a se modificar em função dos nossos resultados. Já que é um cinema tão visto, estamos tentando melhorar a representatividade. Havia pouquíssimo acesso a diretores e diretoras negras. Juliana Lima destacou ainda os equipamentos que nós temos. A ABD já foi ponto de cultura e conseguimos comprar câmera, tripé, jogo de luz, para viabilizar apoios a realizações independentes. Pedro Andrade ressaltou que até hoje o acesso aos equipamentos é aberto. É bem interessante porque muita gente vem pegar. Tentamos sempre praticar a taxa de 100 reais para produções profissionais, ou 50 para filmes de faculdade, mas ela pode ser até livre para quem não puder pagar nada. É só informar a proposta da produção e negociar. Trata-se de um jogo de fresnéis massa para filmes que não tem muita verba. A câmera está obsoleta, mas o tripé e a luz são massa. Só precisa mandar e-mail e reservar (abdapeci@gmail.com).  

Pedro Severien chamou a atenção para um questionamento recorrente: faz sentido a ABD continuar existindo? Em todas as vezes que surgiu a resposta coletiva sempre foi sim. Mesmo entendendo que nos últimos anos houve outras formas de mobilização política que surgiram. Então a ABD se torna numa perspectiva de misturar as coisas, de políticas públicas de forma ampla, não só edital, mas também formação etc, mas entender que ABD pode se reinventar e agir em outras frentes. A questão aqui é de mobilização para continuidade, mas também para pensar em ABD que adiciona outras camadas de ação. Juliana Lima lembrou que a gente até mudou no estatuto, abolindo presidente, vice, secretario, tesoureiro, a hierarquização hoje existe no papel. Nessa função de querer dividir as tarefas para não ficar concentrado no presidente e vice, para que não fique pesado naquelas pessoas e também porque são elas que dão a cara a tapa. Pedro Andrade evocou os embates bem fortes com o governo na época do mecenato. Anna Andrade explicou que o colegiado hoje existe com 12 pessoas e com gente de fora que está sempre colaborando. No ano passado fizemos reuniões mensais que funcionaram e depois deixaram de acontecer. Tem um desejo maior do atual grupo de renovação, muita gente nova saindo da universidade, começando a produzir. Tem o MAPE, um grupo de mulheres incríveis, mas a ABD não consegue ainda chegar na universidade.  

Pedro Severien acrescentou que fizemos reunião para reformular o estatuto e tivemos assessoria jurídica de Liana Cirne Lins, advogada que é também realizadora e que facilitou muita coisa, tipo votação online. Quem assumir vai poder aprovar o estatuto e fazer funcionar. Cecilia perguntou como funciona exatamente a organização, a divisão da diretoria etc? Anna respondeu que, na teoria, os cargos se dividem dessa forma, mas na pratica é colegiado. Na pratica somos 12, temos grupo de whatsapp, e temos grupo de e-mail. Parte de uma reunião presencial, conversa-se sobre questões em pauta, e compartilhando no e-mail, delibera-se no whatsapp. Tem questões burocráticas como ocupar cadeiras em conselho, mas há uma colaboração no sentido de compartilhar obrigações. Todas as cartas que trazem posicionamento político são lidas por todo mundo para ser soltada. Para composição dos juris, nos entendemos que hoje é importante que tenha sempre alguém dos 12 e que são compostos por pessoas de fora também.  
Pedro Severien destacou que o estatuto é antigo, não se aplica mais. Por exemplo, ele diz que a convocação da eleição tem que ter convocatória fixada na parede da sede, mas não faz sentido. Nos últimos dez anos, há mobilização para chapa a partir da divulgação da eleição. É um desafio político, a ABD é grupo historicamente com autonomia, não é conversa com governo para conseguir favor. É proposição, e enfrentamento com governo para conseguir as coisas. O coletivo tem sido feito por dez pessoas, presidente, vice etc, mas na pratica é diretoria colegiada, com mesmas responsabilidades. E outras coisas do estatuto, que deixamos que fazer, como cobrança de anuidade. As demandas que foram surgindo, a partir de 2007, quando produzimos uma carta que é o guia do que é o edital hoje, numa perspectiva mais ampla além da produção. A partir daí fomos convidados a participar das diversas instancias deliberativas.  

Juliana Lima disse que trabalhar com política não é gostar ou não gostar, mas necessidade. Estar ali não é para ocupar um cargo mas é exercer função social, precisamos fazer isso, dedicar dois ou três anos e depois passar para outras pessoas. Preparar novas lideranças para assumir as funções. Seja na ABD ou MAPE é militância e função social. Que precisamos estar sempre renovando. Anna Andrade destacou a questão da responsabilidade, que quando se pensa em diretoria colegiado é preciso considerar compartilhamento de responsabilidades, deve valer real uma reflexão sobre o que se quer fazer naquele grupo. Porque é preciso se responsabilizar, se você está naquele grupo, precisa ter compromisso com a construção coletiva. David destacou que a gente vive um tipo de trabalho muito incerto, as vezes passamos quatro meses num projeto, não temos traçado definido dos trabalhos, é inconstante, mas o whatsapp permite uma dinâmica de aproximação maior, cotidianamente. Assim a gente encontra meios de participação porque tem uma horinha que dá uma opinião. Então é uma responsabilidade mas a gente também entende que a fluidez da profissão. Bruna argumentou que a fluidez existe e a grande quantidade de pessoas existe justamente para suprir isso porque precisamos considerar a responsabilidade com companheira e companheiro do lado, entendendo a estrutura. A fluidez não se dá espontaneamente.  

Após esta etapa de esclarecimentos sobre o funcionamento da ABD, abrimos inscrições para a apresentação de propostas para a próxima gestão:

Ju Lima: Uma linha de formação para desenvolvermos cursos, a partir do levantamento de profissionais que podem ministrar aulas. Outra questão é a memória da ABD, como vamos guardar isso? Temos Gomes, João Jr., Cynthia, como vamos preservar isso? Outra coisa é a produção de vídeos, filmes políticos como o do primeiro de maio, e como os do MAPE, se a gente vai ter perna de fazer... 

Pedro Andrade: Tem um ponto que eu nunca vi ser levantando e acho que é muito importante porque em set eu vejo muitos colegas insatisfeitos com o modo de produção. Teve a vontade de criar o Stic, mas eu vejo pouco atuante. Por acreditar que ABD tem força,  precisamos levar a sério essa pauta. Se o cinema pernambucano está falando de democracia e de relações de poder e trabalho e é muito estranho que o processo de trabalho seja tão insalubre, massacrante, pensar na diária de 12h/12h, seis dias por semana. Eu acho que o Stic está muito pouco atuante nesse aspecto. E nossa entidade pode influenciar a política audiovisual do estado. É um esquema muito extenuante principalmente para algumas categorias como motoristas, arte, e produtores e produtoras. É uma insatisfação generalizada. 
Segue-se debate com várias opiniões a respeito da proposta de Pedro.  

Bia: Eu acho que deu para perceber que existem vários conflitos internos, apesar de muitos avanços dos últimos anos. Eu queria falar sobre a distribuição. A ABD realizou a primeira mostra no ano passado. A entidade realizou a mostra no São Luiz mas para sair da bolha é preciso ir aonde as pessoas estão. E fazer mostra no centro do recife não vai chegar nessas pessoas. Não sei se tem gente do cineclube aqui, que é onde o debate se dá, mas no fundo são também outras pequenas bolhas. Mas fico pensando em iniciativas de como a distribuição tem que existir enquanto pauta. A gente faz um longa, aumentou a verba, mas como fazemos para que as escolas tenham acesso ao filme e como fazer para que estudantes vao aos filmes. Eu fico pensando nisso que quando a gente consegue passar um filme é para as mesmas pessoas. Se a gente não pensar distribuição eu não vejo para que lutar tanto.  
Segue-se debate com várias opiniões a respeito da proposta de Bia.  

Marcelo Pedroso: Sugere estreitar o diálogo com movimentos sociais, incluindo a perspectiva da formação. Lembra do encaminhamento de Pedro Severien sobre uma “escola comum de cinema”, formação sistemática e itinerante com cunho político. Propõe ação de implementar cineclube em espaços como forma de criar uma relação com movimentos (MTST, MST etc) e a partir daí definir o tipo de formação que poderíamos desenvolver, a partir das demandas identificadas. Pauta também a questão da distribuição propondo a exibição de curtas 
pernambucanos antes dos longas na Fundaj e no São Luiz. Chamada pública e comissão para escolher os curtas. Propõe também um debate sobre a Cinemateca e a necessidade de implementação de uma política de representatividade naquele espaço. 
Segue-se debate com diversas opiniões.  

Anna Andrade: A ABD tem potência muito grande, mas tem dificuldade de acesso e democratização. Temos que considerar os processos formativos. Trabalhar no intuito de se formar. De levar isso para comunidade. O que incomoda é que como a gente pauta muito o acesso a edital. Quando a gente discute isso a gente pensa no interior, na universidade, nos negros, indígenas, deficiência, mas as pessoas muitas vezes não conseguem sequer entender o edital e muito menos a prestação de contas. Precisamos de um processo formativo para criar diálogos e permitir o acesso. Não adianta brigar por cota e representatividade se não democratizar. Oficinas de produção executiva para dar autonomia a novax realizadorxs. Anna se colocou como voluntaria para ofertar esses módulos de formação. 
Debate sobre as propostas de Anna. 

Ernesto: propostas até agora são todas de democratização.  Cineclubes e oficinas de formação (boa essa de escola de cinema). Ideia: oficinas baseadas nas oficinas dadas a indígenas, de formação do Canne, exemplos como MAPE e experiências de mariana Porto, nas ocupações como Estelita. Seminário de pedagogias autônomas no cinema. Pessoas que tiveram experiências de formação e pedagogia e cinema enquanto processos de inclusão. Unir as oficinas que já vem sido feitas em cineclubes e lugares fora da capital. Nos anos de vídeo nas aldeias, a autonomia mudou muito, os seres políticos, os equipamentos, como as pessoas começam a tomar frente dos processos.  Debate sobre a proposta de Ernesto. 

Encaminhamentos / foto. 

Nomes que se colocaram disponíveis para formação da chapa: Bruna Leite, Anna andrade, Juliana Lima, Carol Vergolino, Justino Passos, Cecilia da fonte, Neco Tabosa, Manoele Scortegagna, Marcelo Pedroso, Marco Bonachela, David Sobel, Enzo Giaquinto, Pedro Andrade.