Programa Pernambuco Audiovisual

Documento encaminhado ao Governo do Estado de Pernambuco em 2007


Título:
PROGRAMA PERNAMBUCO AUDIOVISUAL

Sub título:
Proposta dos profissionais do audiovisual  ao Governo de Pernambuco



Antes de tudo, o argumento

O audiovisual é uma atividade econômico-cultural geradora de emprego e renda que agrega todas as outras expressões artísticas. O cinema e a TV atraem e geram trabalho para profissionais do teatro, da música, da fotografia, das artes plásticas, das manifestações folclóricas: é uma espécie de “guarda-chuva”, síntese das outras artes.
Um segundo reflexo econômico: um filme ou um vídeo produzidos aqui contribuem para o “destino Pernambuco”, divulgando a cultura, o cenário e a identidade pernambucana no Brasil e no exterior. É um incentivo para o turismo que, por sua vez, movimenta a economia e gera mais renda e mais emprego. Cria-se o ciclo.
Além disso, o audiovisual – através do cinema de ficção ou documental e da produção de TV – participa decisivamente da consolidação da identidade cultural de um povo: que o diga o significado de Hollywood para a massificação da cultura americana pelo mundo afora.
Há ainda outro importante fator para a necessidade do apoio institucional ao audivisual: os custos. O preço de um longa-metragem no Brasil varia entre 1 e 10 milhões de reais; um curta pode custar de 100 a 200 mil reais; uma simples produção em vídeo pode variar entre 50, 100, 150 mil reais. 
Por isso é tão importante desvencilhar o incentivo ao audiovisual das outras áreas de produção artística. Até para que haja a compreensão de que o custo do produto audiovisual é proporcional ao seu alcance enquanto valor cultural e enquanto gerador de emprego: um curta-metragem emprega 40, 60 pessoas durante um mês, aproximadamente; e um longa – durante as fases de pré-produção, produção  e finalização – gera cerca 3 meses de trabalho para 100, 200 pessoas.



Cinema e TV, atividades estratégicas

Se um governo incentiva tantos outros setores da economia, por que não incentivar ativamente o setor audiovisual?
Transformar o audiovisual em atividade estratégica é uma ação fundamental para a afirmação da identidade pernambucana.
Para isso, é preciso investir continuamente, ano após ano, na produção e na consolidação do setor, disciplinando-o e profissionalizando-o de forma eficiente e democrática. Assim será possível dispor do cinema e da tv como aliados da cultura e também como instrumentos educacionais – como o combate à violência, por exemplo – criando possibilidades para o auto-conhecimento e a formação política e social de nosso povo.

O cenário – Pernambuco é coisa de cinema

A atual produção cinematográfica pernambucana, a partir da retomada do cinema brasileiro nos anos 90, é uma das mais vigorosas e criativas do País.
Só no ano de 2006 foram mais de cem prêmios conquistados por produções feitas por pernambucanos, entre curtas e longas-metragens, em festivais nacionais e internacionais.  Apesar das resistências, da falta de recursos e da informalidade do setor, a atividade sobrevive. E se destaca.
Isso reforça a auto-estima e demonstra profissionalismo. Dá garantias de que os investimentos serão bem aplicados, auto-regulamentados pela experiência aqui já existente.
Um detalhe: essa proposta vem com o comprometimento do setor em criar um edital com um regulamento justo, e que tenha acompanhamento e assessoria da ANCINE E do MINC, além do Governo do Estado.
O momento é mais que propício, então, para esse investimento. Muito mais com o reforço das iniciativas recém-divulgadas: a instalação do CTAV Nordeste no Recife; a decisão da UFPE em criar o curso de cinema no seu Núcleo de Audiovisual;  a disposição da UPE em colocar sua estrutura para a realização de cursos técnicos que vão formar os novos e reciclar os antigos profissionais para atender às demandas.


A ação

O Governo de Pernambuco, com sua decisão em apoiar o audiovisual e transformá-lo em atividade econômica estratégica, abre novas possibilidades econômicas.
Isso é reforçado pelo Governo Federal, através do MINC, que dá sinais claros de apoio à iniciativa pernambucana (nas palavras do secretário nacional do audiovisual, Orlando Senna, que está disposto a vir a Pernambuco para tratar disso pessoalmente: “para cada Real investido pelo Governo de Pernambuco, o Governo Federal vai investir mais um Real” no setor.
Os valores aqui apresentados levam em conta uma tendência nacional de investimentos, como é o caso do Governo de São Paulo – que no ano passado investiu cerca de R$ 13 milhões em um fundo de investimento do audiovisual criado pelas estatais paulistas.
Ou o caso da Bahia, que recentemente publicou o investimento de 100 milhões de Reais para a criação de um pólo de produção audiovisual naquele Estado: as fontes dos recursos viriam do Governo da Bahia (R$ 80 milhões, pela transferência dos royalties de petróleo), Governo Federal (R$ 10 milhões) e Petrobrás (R$ 10 milhões).
No Ceará, há um edital que já funciona há oito anos e no Rio Grande do Sul se produz anualmente cerca de 5 filmes que recebem em torno de R$ 7,5 milhões de financiamento para as produções.
Com essa atitude estratégica em apoiar o audiovisual, Pernambuco está dando um passo importante para o desenvolvimento dessa indústria, fundamental em nosso tempo.
É uma visão ampla, de vanguarda, que valoriza porque reconhece e respeita, que incentiva porque tem bom senso para perceber nosso potencial e saber que assim poderemos nos tornar mais fortes e interessantes.

 

 

EDITAL DE FOMENTO À PRODUÇÃO




VALOR TOTAL – R$ 10.000.000,00* (Dez milhões de Reais)

*Este valor é referente ao incentivo anual da produção



FONTES DE FINANCIMENTO


GOVERNO DE PERNAMBUCO: R$ 5.000.000,00 (Cinco milhões de Reais)
MINC – SEC. DO AUDIOVISUAL/GOVERNO FEDERAL:
R$ 5.000.000,00 (Cinco milhões de Reais)


Atividades beneficiadas com esse valor: 

50% PARA LONGA-METRAGEM
25% PARA CURTA-METRAGEM
25% PARA PRODUÇÃO DE TV




LONGA-METRAGEM


INVESTIMENTO TOTAL: R$ 5.000.000,00 (Cinco milhões de Reais)
Desenvolvimento de Projeto, Pré-produção, Produção, Finalização e Distribuição.
Participam projetos de de ficção e documentário, finalizados em 35mm ou Digital.


CURTA METRAGEM


INVESTIMENTO TOTAL: R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e quinhentos mil Reais)
Financiamento total atendendo todas as etapas até a distribuição. Participam projetos de ficção e documentário, finalizados em 35mm e em Digital.


TELEVISÃO


INVESTIMENTO TOTAL: R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e quinhentos mil Reais)
Financiamento para a produção de conteúdo independente: microsséries, documentários e especiais para a televisão.

 



 

 

EDITAL DE FOMENTO À EXIBIÇÃO




VALOR TOTAL: R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de Reais)



FONTES DE FINANCIAMENTO

GOVERNO DE PERNAMBUCO: R$ 1.000.000,00 (Um milhão de Reais)
MINC – SEC. DO AUDIOVISUAL/GOVERNO FEDERAL:
R$ 1.000.000,00 (Um milhão de Reais)




ATIVIDADES BENEFICIADAS COM ESSE VALOR:



Projetos de Montagem de Salas de Exibição Digital em Pernambuco
Projetos de exibição itinerante em Pernambuco
Projetos de Festivais e Mostras de audiovisual














Produzir e propagar
Idéias para a preservação do acervo e a divulgação do audiovisual pernambucano


Todo produto artístico, por mais autoral que seja, é feito pra ser mostrado. Produção e propagação caminham juntas para divertir, informar e formar idéias e comportamento.   Quanto mais visto, maior o alcance do trabalho. 
Hoje em dia, a produção audiovisual pernambucana tem pouco alcance entre a população: nossas salas de cinema e salas de visitas ficam reféns de uma programação basicamente conduzida pelo mercado consumidor – tanto o cinema “arrasa-quarteirão” quanto os muitos programas de TV aberta estão muito mais preocupados no lucro imediato do que na cidadania, na valorização cultural e na diversidade; não podemos condená-los, é evidente, mas precisamos abrir novas possibilidades, oferecer mecanismos de exibição cuidando da preservação e da divulgação dos filmes e dos vídeos aqui produzidos.
Diante disso, apresentamos três ações que podem contribuir intensamente com propagação do audiovisual em nosso estado. A idéia: mostrar Pernambuco aos pernambucanos.


1- Criação do Circuito Pernambucano do Audiovisual
Exibição em DVD, e com a participação dos realizadores, dos vídeos e filmes produzidos no Estado. Um fim de semana para cada cidade do interior: 50 cidades ao ano; 150 cidades em três anos – quase 80% dos municípios alcançados.

2- Criação da Programadora Pernambuco
Série de 40 DVDs com aproximadamente 200 filmes pernambucanos, abrangendo desde o ciclo da década de 20 até os dias de hoje. Esse projeto repete uma ação do Minc, chamada Programadora Brasil que pretende abastecer com conteúdo audiovisual nacional, cineclubes, pontos de cultura, universidades, centros culturais e afins.

3- Digitalização do acervo do Mispe.
A película do filme é uma mídia analógica e sujeita a desgastes e acidentes favorecendo a perda parcial ou total dos registros em celulóide. Com a atual tecnologia pode-se facilmente digitalizar o acervo para uma matriz em alta resolução (2K) digital. Deste modo com o devido tratamento e manutenção não haveria mais perdas das obras para sempre. Do mesmo modo também o acervo em áudio (fitas de rolo e cassete), em vídeo (VHS, BETA, UMATIC) e fotográfico, precisam ser também digitalizados para que esses bens preciosos de nossa cultura atinjam as próximas gerações.


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