domingo, 9 de dezembro de 2018

Premiação Júri ABD/Apeci - 11º Janela Internacional de Cinema do Recife


Aconteceu de 07 a 11 de novembro o 11º Janela Internacional de Cinema do Recife, no Cinema São Luiz.
Mais uma vez a ABD-PE/Apeci compôs um júri no festival e premiou melhor curta-metragem nacional do festival. Este ano o júri foi composto por três mulheres, sendo duas representantes da ABD/Apeci e uma indicação do Mulheres no Audiovisual PE. Conheça:


Iris Regina, nascida no interior de São Paulo graduada em Licenciatura Plena em Artes Visuais. A quase 10 anos em Pernambuco atua como educadora popular e designer. Participa do Cineclube Bamako de Cinema Negro e da FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes) onde teve a oportunidade de participar de alguns juris e curadorias do Estado. Integra também, o Coletivo Cabelaço-PE de mulheres negras. Já realizou trabalhos em várias áreas da cadeia do audiovisual, incluindo o clip de Lia de Camaragibe, ganhador do prêmio de melhor video clip no FESTICINE 2017. Hoje está na equipe do curta-metragem "A Faísca" de Gabriela Monteiro. Hoje é pós-graduanda em Arte e Tecnologia pela Faculdade Federal Rural de Pernambuco e está trabalhando no seu primeiro curta metragem.


Vitória Liz, mulher, preta & bissexual. Graduanda do quinto período de Cinema na UFPE. Fui integrante do Janela Critica de 2017 e parte da Comissão de Seleção de Longas do Festival de Cinema de Triunfo de 2018. Pensei arte e figurino pros filmes universitários O Fio e Noite Fria, que chamaram atenção pro cinema negro sendo produzido por estudantes no Recife.

Rayanne Layssa, mulher negra, 25 anos, estudande de Cinema da UFPE. Fez parte da construção do festival Sercine ( Festival Sergipe de Audiovisual) de 2013 à 2015, foi assistente de curadoria na última edição do Fincar ( Festival Internacional de Realizadoras), atuei como curadora audiovisual no III Festival Palco Preto, um festival independente de arte negra. Pretendo trabalhar e pesquisar curadoria, principalmente voltada para o protagonismo e a formação de publico negro.
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**** PRÊMIO ABD/Apeci - MELHOR CURTA-METRAGEM NACIONAL ***
Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco/Associação Pernambucana de Cineastas representada por Rayane Layssa indicação do MAPE (Mulheres no Audiovisual PE) estudante de cinema e curadora, Vitória Liz estudante de cinema e diretora de arte/figurinista e Iris Regina cineclubista e artista visual analisaram 10 filmes da mostra competitiva de curtas nacionais.

A recusa a associação de certos corpos à imagens de violência fortalecem a expansão de outros imaginários, costurados por ternura, afetos e sonhos. Pela sensibilidade em construir narrativas que atravessam a subjetividade desses corpos, a Menção Honrosa vai para “BR3” de Bruno Ribeiro.

O Cinema sempre cultivou um olhar eurocêntrico sobre o mundo, legitimando imagens excludentes de dores, sensibilidades e imaginários de corpos historicamente deixados á margem. Quando esses sujeitos excluídos passam a acessar esse lugar de criação de seus próprios universos, os signos passam a ser outros e esses antigos passam a ser questionados. Pelo enfrentamento ao criticar os privilégios da branquitude (inclusive da esquerda), a Menção Honrosa vai para “Quantos Eram Pra Tá?” um filme de Vinicius Silva.

Dicionários informais e colaborativos que surgem na primeira página do Google definem a palavra “abismado” de jeitos diferentes. Por exemplo, um diz que fala sobre aquele que se precipita, cai, se encontra dentro, ou se afunda no abismo. Ou: aquele que expressa espanto, admiração. Assombro, maravilha. E, por ultimo, pessoa em estado de abismo.
Por propor uma reflexão sobre as complexidades da saúde mental da juventude preta a partir do desejo de compartilhar suas próprias experiências, o prêmio da ABD/FAPEC vai para “BUP” de Dandara de Morais. Um filme cheio de abismos.

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